quinta-feira, 5 de maio de 2011

IPT RESPONDE | | Rejuntamento cerâmico - Téchne

Marcelo Scandaroli
Qual deve ser a largura das juntas e o traço da pasta convencional (não industrializada) para rejuntamento cerâmico? Existe risco de tornar a pasta abrasiva e estragar o esmalte?

Para a execução do rejuntamento de revestimentos cerâmicos podem ser empregadas pastas ou argamassas, dependendo da largura das juntas de assentamento. Em função do tamanho das placas cerâmicas e das condições de exposição (revestimentos internos ou externos), recomendamos folgas entre as placas (larguras das juntas) conforme tabela abaixo.
Deve-se ressaltar que a largura das juntas precisa ser estabelecida em função de diversos requisitos, ou seja:
 capacidade de movimentação do revestimento cerâmico como um todo: supondo um rejunte com pequeno módulo de deformação, quanto maior a largura das juntas, maior capacidade de suportar deformações impostas apresentará o revestimento (adaptação a movimentações térmicas, recalques etc.)
 capacidade de absorver pequenas variações dimensionais das placas
 facilidade de introdução do rejunte
 facilidade de substituição de placas cerâmicas/execução de reparos
 facilidade de raspagem/substituição do próprio rejunte
Para juntas estreitas (entre 2 ou 3 mm), o material de rejunte preparado na própria obra pode ser constituído, por exemplo, por cimento branco e pequena quantidade de óxido de chumbo ("alvaiade"), tendo este último material a função de estabilidade da cor branca e também constituir uma microargamassa, diminuindo a retração da pasta. Para melhorar as propriedades de aderência e impermeabilidade, pode ser empregado, na preparação, 20 a 30% em volume de resina acrílica, estireno ou outra. Para os rejuntes coloridos, podem ser empregados pigmentos coloridos, em pequena quantidade para não prejudicar a resistência e outras características do rejunte.
Para juntas largas, acima de 3 mm, além dos materiais acima deve ser acrescentada areia fina, resultando traço em volume em torno de 1 : 1,5 a 2,0 (cimento e areia seca). As misturas devem ser preparadas com consistência de pasta, e não de calda, sendo firmemente pressionadas no interior das juntas com desempenadeira revestida com borracha ("fugalizador").
A presença de grãos de areia e a aplicação do rejunte com desempenadeira emborrachada não provocam riscos no esmalte, a não ser que seja uma placa cerâmica de má qualidade.
Recomendamos sempre que possível o emprego de rejuntes industrializados, em geral com melhor desempenho que aqueles acima indicados, por serem normalmente preparados com aditivos plastificantes e retentores de água, adesivos, impermeabilizantes, fungicidas e outros. A introdução desses aditivos na própria obra não é impossível, mas nos parece que a terceirização no caso traz mais vantagens técnicas e econômicas.
Ercio Thomaz, Cetac-IPT (Centro Tecnológico do Ambiente Construído).

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