sexta-feira, 2 de março de 2012

Volume de concreto para sapatas - EO

As sapatas são essenciais para garantir a sustentação da construção, e ficam simplesmente apoiadas no terreno, de acordo com o carregamento ou tipo de solo. Sua principal função é transmitir para o solo, por meio de sua base, a carga do pilar.
Elas são de concreto armado, em forma de pirâmide, são interligadas por vigas baldrame e recebem a carga de um pilar ou um conjunto de colunas, dependendo da sapata. Neste caso, vamos calcular o volume de concreto para uma sapata isolada, mas há também sapatas tipo associadas, alavancadas, corridas, entre outras.
O cálculo do volume é fundamental para evitar perdas ou falta de concreto. Como exemplo, mostramos como calcular o volume de uma sapata com as dimensões apresentadas nos desenhos a seguir.
Marcelo Scandaroli

CÁLCULO PRÁTICO
Neste exemplo, vamos calcular o volume de concreto para executar uma sapata isolada com 0,80 m de largura, 1,20 m de comprimento e 1 m de altura (0,40 m da base e 0,60 m da pirâmide). Ela apoia um pilar de seção 40 cm x 60 cm. Veja as dimensões nas imagens abaixo:

1. Para facilitar as contas, o primeiro passo é desmembrar a sapata em duas partes: V1 e V2. Assim, é possível calcular, separadamente, o volume da área da base (V1) e da pirâmide (V2).


2. Primeiro, use a fórmula do volume do cubo para calcular o volume da base (V1). Para fazer essa conta, multiplique a largura pelo comprimento, e depois pela altura. Não se esqueça de transformar os valores de centímetros para metro. Por exemplo: 80 cm = 0,8 m.
V1 = Comprimento da base x Largura da base x Altura da base
V1 = 1,2 x 0,8 x 0,4
V1 = 0,96 x 0,4
V1 = 0,384 m³
3. Para calcular o volume da pirâmide (V2), usamos a seguinte fórmula:

S1 e S2 são, respectivamente, a área da base da sapata e a área da seção do fuste. Vamos
calculá-las separadamente.
S1 = Comprimento da base x Largura da base
S1 = 1,2 x 0,8
S1 = 0,96 m²
S2 = Comprimento do fuste x Largura do fuste
S2 = 0,6 x 0,4
S2 = 0,24 m²

4. Agora que você já tem os resultados de S1 e S2, lance-os na fórmula e descubra o volume da pirâmide. Nesta etapa, é recomendável utilizar uma calculadora.

5. Por fim, para saber o volume total de concreto necessário para a sapata, some V1 e V2.
Volume total = V1 + V2
Volume total = 0,384 + 0,336
Volume total = 0,72 m³ de concreto

Sergio Colotto
Um caminhão betoneira carrega de 7 m³ a 7,5 m³ de concreto. Portanto, um veículo cheio preenche cerca de dez sapatas como esta.


quinta-feira, 1 de março de 2012

Cobrimento de armaduras - EO

Marcelo Scandaroli
Quando não estão bem-protegidas pelo concreto, as barras de aço ficam sujeitas às agressões do meio ambiente que podem corroê-las e, em casos mais severos, comprometer a estabilidade da construção. Daí a importância de se garantir adequada proteção das armaduras.
O concreto, além de sua capacidade de suporte de cargas verticais, também tem o importante papel de proteger as armaduras, cobrindo o aço de modo a evitar seu contato direto com agentes agressivos, como atmosferas poluídas e a água.
De forma geral, quanto maior for a espessura da camada de concreto sobre o aço, maior será a sua proteção contra a corrosão. “Quando o cobrimento é muito fino em relação à agressividade de um ambiente, defeitos na estrutura ocorrem em poucos anos, levando ao desplacamento do concreto, à fissuração intensa e, finalmente, ao desaparecimento das armaduras, à ruptura, deformação e até queda da estrutura”, alerta o engenheiro Egydio Hervé Neto, diretor técnico da Ventuscore e especialista em estruturas de concreto.
Para evitar esse tipo de situação tão perigosa, a norma técnica brasileira NBR 6118:2007 “Projeto de Estruturas de Concreto – Procedimento” estabelece requisitos de qualidade para o concreto empregado nas estruturas, bem como o cobrimento mínimo das armaduras em função da agressividade do ambiente onde ela foi construída.

AGRESSIVIDADE AMBIENTAL
A norma estabelece quatro classes de agressividade, como demonstrado a seguir:

Classe de agressividade 1 – Fraca
Estruturas expostas a uma atmosfera mais limpa não sofrem com as agressões químicas decorrentes da poluição urbana, como a chuva ácida, por exemplo. O risco de deterioração da estrutura é insignificante. Por isso, é possível utilizar uma camada menos espessa de concreto sobre as armaduras. Enquadram-se nesse grupo as edificações implantadas em ambientes rurais
axyM/Shutterstock
Cobrimento das armaduras
Laje de concreto armado: 20 mm 
Pilar e viga de concreto armado: 25 mm 
Concreto protendido: 30 mm

Classe de agressividade 2 – Moderada
Os ambientes classe 2 estão mais expostos a agressões ambientais, como as provenientes do gás carbônico e dos cloretos presentes no ar. Mas não há tanta umidade constante e o risco de deterioração da estrutura é pequeno. Nesse grupo enquadram-se as estruturas construídas nas cidades, residenciais e comerciais.
Dariush M. /Shutterstock
Cobrimento das armaduras
Laje de concreto armado: 25 mm
Pilar e viga de concreto armado: 30 mm
Concreto protendido: 35 mm

Classe de agressividade 3 – Forte
Nessa categoria estão as edificações expostas à atmosfera marinha, como as construções em cidades litorâneas. Também estão algumas indústrias. Com maior teor de umidade, esse tipo de ambiente possui atmosfera com agentes agressivos mais concentrados. Para se ter uma ideia, a velocidade de corrosão em ambiente marinho pode ser da ordem de 30 a 40 vezes superior à que ocorre em atmosfera rural.
Sergej Khakimullin/Shutterstock
Cobrimento das armaduras
Laje de concreto armado: 35 mm
Pilar e viga de concreto armado: 40 mm
Concreto protendido: 45 mm

Classe de agressividade 4 – Muito Forte
Nesse grupo estão as estruturas implantadas em locais úmidos, dentro de indústrias, ou diretamente em contato com a água do mar. Esse tipo de ambiente é extremamente agressivo ao concreto e às suas armaduras. Daí a necessidade de maior proteção.
Bruce Rolff/Shutterstock
Cobrimento das armaduras
Laje de concreto armado: 45 mm
Pilar e viga de concreto armado: 50 mm
Concreto protendido: 55 mm

Alojamentos e vestiários de obra - NR18 (EO)

Para garantir a qualidade de vida do trabalhador, instalações para permanência de funcionários no canteiro devem seguir exigências da NR 18

Reportagem: Romário Ferreira
Sempre que houver necessidade, como no caso de obras afastadas dos centros urbanos, as construtoras devem instalar alojamentos provisórios nos canteiros para a permanência dos funcionários. Essa é uma exigência da Norma Regulamentadora no 18 (NR 18). Esses locais devem ser de boa qualidade para garantir a saúde dos funcionários e, consequentemente, o bom andamento da construção.
De acordo com a NR 18, um alojamento considerado bom deve ter abastecimento de água potável, luz natural e/ou artificial, sistema higiênico e remoção de lixo, ausência de umidade, instalações elétricas protegidas, proteção contra ruído excessivo, entre outras características. Caso essas exigências não sejam cumpridas, a construtora pode ser multada.
Já para os trabalhadores que não estão alojados no canteiro, é obrigatória a construção de vestiários. As instalações devem estar próximas aos alojamentos ou à entrada da obra, sem ligação direta com o refeitório, e os armários devem ser individuais e possuir cadeados ou fechaduras. É aconselhável também que os armários sejam metálicos, como os usados em clubes, escolas ou academias.
A coordenadora de Segurança, Meio Ambiente e Saúde Ocupacional da construtora Racional, Maria Aparecida Pantarolli, explica que os vestiários devem ser planejados de acordo com o número de funcionários previsto na obra. É importante lembrar que cada fase da obra tem uma quantidade diferente de funcionários. Por isso, pode ser necessário redimensionar o tamanho do vestiário conforme a obra avança. Ela relata também que “os vestiários da Racional têm área mínima de 2 m² para cada usuário, os pisos são de concreto, cimentado, os armários são individuais com cadeado e o pé-direito varia entre 2,70 m e 3 m”.







Revista Equipe de Obra | Pavimento Intertravado | Construção e Reforma


Revista Equipe de Obra | Pavimento Intertravado | Construção e Reforma

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Lazer calculado - Téchne


Idealizadas em diferentes padrões, formatos e materiais, as piscinas de condomínios exigem critérios construtivos um pouco diferentes das piscinas residenciais


Por Telma Egle


Fotos: divulgação Trie Arquitetura
Diversidade e complexidade dos projetos exigem do arquiteto capacidade de lidar com muitas interfaces
As piscinas de condomínios ganharam status de atração principal nos lançamentos imobiliários de médio e alto padrão, junto com saunas, cascatas e imensos jardins. Pensar num projeto que incorpore essa grande área de lazer se transformou num desafio para engenheiros, arquitetos e calculistas, que de alguma forma vão atuar juntos para idealizar e realizar o que mais parece uma obra-prima. Claro que também há demanda por projetos convencionais, mas os cuidados na hora do projeto ou execução devem ser igualmente criteriosos. Afinal, qualquer pequeno erro de projeto ou execução pode resultar em problemas de toda ordem, perceptíveis ou vivenciados, muitas vezes, apenas com a obra pronta - o que pode se transformar numa verdadeira dor de cabeça para os condôminos (moradores) e, principalmente, para os "mentores" do projeto, que terão de se desafiar ao buscar soluções para sanar os problemas.  

Piscinas de condomínios verticais demandam maiores particularidades tanto no projeto quanto na execução. Segundo a NBR 9819, as piscinas de condomínios são classificadas como residenciais coletivas, e muitas exigências das normas técnicas relativas a piscinas residenciais coletivas não se aplicam às piscinas residenciais privativas (das casas). Algumas dessas normas impactam diretamente o projeto de arquitetura. Entre elas, vale lembrar a necessidade do dimensionamento mínimo (área de superfície da água, por banhista); regras de profundidade e inclinação do fundo; dimensões da faixa pavimentada circundante; obrigatoriedade de dispositivos de isolamento físico entre banhistas e espectadores (lava-pés e divisórias); sinalização visual; obrigatoriedade de escadas; além da obrigatoriedade de outras áreas complementares, como sanitários, ves­tiá­rios e bebedouro.

Fotos: divulgação Trie Arquitetura
"Ilhas" e paisagismo cada vez mais presentes nos projetos
O projeto de uma piscina demanda, muitas vezes, um esforço multidisciplinar. No caso dos condomínios residenciais, o escritório de arquitetura responsável pelo empreendimento deve coordenar e compatibilizar os diversos projetistas. O profissional de paisagismo é, em geral, o responsável pelo desenho e funcionalidade da piscina e áreas envoltórias. Isso inclui dimensionamento e especificação de materiais. Além disso, são fundamentais um bom projeto estrutural, um bom projeto de instalações hidráulicas e eletromecânicas - com enfoque específico nas questões de tratamento e qualidade da água - e um bom projeto de impermeabilização. Uma questão potencialmente problemática no projeto é conciliar normas técnicas, em alguns casos, obsoletas. "As piscinas de condomínios devem ser integralmente acessíveis, conforme prevê a NBR 9050. Dessa forma, devem possuir degraus, banco de transferência, rampa submersa ou equipamento de transferência. A execução de lava-pés conforme as normas específicas de piscinas, por exemplo, não atende às normas de acessibilidade. Portanto, ao projetar o lava-pés é preciso estar atento também para a NBR 9050, prevendo corrimãos, sinalização e, no caso da piscina possuir rampa submersa (em que o acesso é feito com cadeira de rodas), é desejável lava-rodas com rampa, apesar das normas não preverem essa situação", defende o arquiteto Lucio M. Olivier, da Trie Arquitetos.

Construção sobre a laje
São muitos os exemplos de piscinas de condomínios construídas sobre a laje do subsolo (área das garagens); por isso uma das recomendações é prever decks elevados, para não aumentar o piso a piso da garagem. Outro conselho é construí-la sobre a laje, desengastada da estrutura do prédio, recomendando-se sempre impermeabilização flexível. A estrutura ideal é a de concreto armado, mas também pode ser feita de alvenaria estrutural ou pré-fabricada de vinil ou fibra de vidro. Os problemas mais comuns das piscinas sobre lajes ou coberturas estão relacionados à execução da impermea­bilização, nem sempre feita por profissionais especializados. "Se os cuidados na colocação da manta não forem seguidos, podem surgir alguns problemas: a água pode atravessar o revestimento, penetrar na massa de proteção mecânica e se fixar na manta. Com isso, a massa de proteção acaba submersa e, em pouco tempo, pode se deteriorar, ou ainda se soltar, juntamente com o revestimento", alerta Antonio Carlos Ignácio, engenheiro especializado em projetos e construção de piscinas de parques aquáticos e diretor-executivo da Conref Piscinas. Um problema bastante comum de execução é observado quando a edificação é construída com erros de níveis e a laje precisa ser preenchida para nivelamento, muitas vezes após a impermeabilização já concluída. 

"Quando há a necessidade do preenchimento da laje para nivelamento, as paredes da piscina podem ficar com emendas superiores a 10 cm; com o decorrer do tempo aparecem trincas horizontais nas paredes da piscina próximas à borda, também ocasionando o descolamento de revestimentos", argumenta Antonio Carlos. Outro tema a ser tratado com rigor é a impermeabilização, pois sistemas impermeabilizantes não compatíveis com solicitações estruturais podem acarretar vazamentos que, além do dano econômico da própria construção, podem acarretar prejuízos advindos de danos causados a veí­culos, no caso da piscina ser construí­da sobre uma garagem.


Especificação de revestimentos
Já no projeto, a escolha dos materiais para revestimento deve considerar aspectos como absorção de água, resistência à abrasão, coeficiente de atrito (deve ser antiderrapante), resistência ao impacto, resistência a manchas e resistência aos agentes químicos usados na limpeza e manutenção da piscina. Um exemplo é o material do solário que circunda a piscina, que também pede especificação cuidadosa: decks de madeira, pedras naturais e cerâmica são escolhas que merecem ser consideradas como boas opções. Cada material tem suas particularidades e suas possíveis patologias. Citando como exemplo, o deck de madeira precisa ter previsão de drenagem eficiente sob as pranchas, madeira tratada e certificada, sistemas de fixação à prova de umidade, capacidade de lidar com grandes variações de temperatura e resistência a fungos e insetos. "Há casos de bordas de piscina executadas em madeira que apodrecem por atuação da água e agentes químicos.

Prever uma transição de pedra entre o deck e a piscina é uma opção, entretanto, a argamassa da pedra pode ser danosa à madeira, causando descoloração. "As interfaces entre materiais, portanto, devem ser criteriosamente especificadas", avalia o arquiteto Lucio Olivier. Pisos assentados com argamassa, como pedra ou cerâmica, devem, primeiramente, ter a base preparada para suportar solicitações estruturais e de impermeabilização. Também é prudente evitar juntas estruturais na área da piscina, o que deve ser previsto já no projeto de estrutura. "Depois disso, é fundamental que seja especificada argamassa correta e executadas juntas de movimentação, de dessolidarização e de assentamento, rigorosamente conforme às orientações do fabricante ou fornecedor - que deverá ser capaz de fornecer dados de ensaios e informações técnicas para a correta aplicação do material e consequente garantia. Esse é o melhor caminho para evitar trincas e descolamento de peças", orienta Olivier.

Luzes submersas
Particularidades como a escolha da iluminação mais adequada devem considerar, antes de mais nada, o fator segurança. Há vários tipos de iluminação para piscina, todas elétricas e na maioria com 12 V, que não oferecem grande risco de choques na água. "Mas se a ideia é escolher uma opção com risco zero, o sistema de fibra óptica é o ideal, porque apenas o cabo de fibra óptica fica em contato com a água. O único inconveniente é o custo mais elevado e a vida útil, não muito longa, dependendo do fornecedor e do sistema", considera o engenheiro Ignácio. No sistema de leds há vários modelos e tipos disponíveis no mercado, com preços que se equilibram entre si. Existem diversos tipos de refletores para iluminação subaquática, com uma variedade de tipos de lâmpadas, que se adaptam aos moldes dos refletores (lâmpadas biodos, dicróicas). "Hoje em dia o que mais utilizamos nas piscinas são refletores leds, pois a durabilidade da lâmpada é muito maior e o efeito que proporciona na piscina é diferenciado, com  até 14 funções diferentes, troca de cores e efeitos", revela Eduardo Jr, da Conenpi Piscinas.


Manutenção na pauta
Um bom projeto deve incluir aspectos de manutenção, também como um fator de decisão na escolha de determinado sistema, incluindo ainda manual de manutenções periódicas a ser fornecido no momento da entrega da obra. Essas manutenções programadas são fundamentais para que a vida útil esperada para uma obra seja atingida. O tipo de tratamento da água também tem consequências no espaço físico dos equipamentos e custos de manutenção, devendo ser definido o mais cedo possível no projeto, para que se possa prever adequadamente a localização, as dimensões da casa de máquinas e as caixas intermediárias de visitas e equipamentos.

A casa de máquinas deve estar dimensionada para conter todos os equipamentos, ser bem ventilada e possuir espaços de acesso para manutenção conforme normas específicas. As tubulações que circundam o tanque devem estar adequadamente ancoradas, de modo que os esforços de carga de terreno (no caso de piscinas enterradas) não causem deformações e eventuais rompimentos dos tubos. "Pode-se optar por executar uma galeria técnica visitável ao redor do tanque, para proteger e facilitar o acesso à manutenção da tubulação, bocais, iluminação e demais equipamentos", sugere o arquiteto da Trie. 

A localização da casas de máquinas também pode exigir a adoção de sistemas de isolamento e absorção acústica, pois as bombas podem ser consideravelmente ruidosas. No Brasil, ainda não existem muitas opções para o sistema de tratamento de piscinas. Para o tratamento físico, o mais comum são os filtros de areia - alguns importados de cartucho, que absorvem uma quantidade de partículas menores com mais eficiência. Para o tratamento químico, há tratamentos convencionais com produtos químicos, como cloro e algicidas. Há também sistemas de tratamento à base de ozônio, ultravioleta, ionização de cobre e geradores de cloro sem estabilizantes. "A grande maioria deles esteriliza a água na passagem pela tubulação. Para manter a água esterilizada há a necessidade de se adicionar cloro na piscina, até mesmo para obedecer uma legislação que obriga a ter um percentual de cloro para piscinas públicas e coletivas como as de condomínios", lembra o engenheiro Antonio Carlos.

Sistemas construtivos
Concreto armado e alvenaria são os sistemas mais utilizados na construção de piscinas, mas existem outras opções, como a fibra de vidro ou vinil, que apresentam particularidades que devem ser observadas.

Concreto armado - A estrutura é executada em concreto armado (laje de fundo, paredes e bordas), calculada por um engenheiro especializado e construída obedecendo às normas técnicas da ABNT para estruturas de concreto armado. É indicada para clientes que desejam uma piscina definitiva e com vida útil mínima de 40 anos (quando bem executada). Também podem ser executadas em qualquer tipo de terreno, sob qualquer tamanho e formato.

Fotos: divulgação Conref
Alvenaria - A laje de fundo é de concreto armado e as paredes são executadas em alvenaria mista (blocos, pilaretes e cintas de concreto) ou executadas em blocos canaletas, cheios de concreto. Esse tipo de piscina, além das observações do item anterior, deve levar em consideração o tipo de solo de apoio e laterais onde será construída a piscina. É indicada para terrenos firmes e naturais e pode ser executada em vários formatos, apresentando um custo cerca de 20% menor que a de concreto armado. Porém, exatamente por se tratar de uma estrutura mista com alvenaria de blocos assentados com massa virada na obra - e que dificilmente possui resistência mecânica bem definida - torna mais difícil um cálculo estrutural exato.

Marcelo Scandaroli
Vinil - O bolsão de vinil (material fabricado por algumas indústrias especializadas) não é propriamente uma piscina e sim um revestimento. É colocado após as etapas de escavação, execução do lastro de fundo e das paredes laterais em alvenaria. Geralmente, as empresas que instalam piscinas de vinil não são empresas técnicas (muitas não oferecem acompanhamento de engenheiros e respectivo cálculo estrutural). Como a estrutura da piscina é sempre econômica, possui custo mais acessível. Tecnicamente, é mais indicada para terrenos onde a piscina será executada totalmente enterrada em solos firmes e naturais ou quando há a necessidade de conclusão rápida da obra.

Marcelo Scandaroli
Fibra de vidro - A piscina de fibra de vidro é considerada autoportante, ou seja, ela é sua própria estrutura, necessitando apenas de uma sustentação no fundo que suporte seu peso com a água. Trata-se de uma caixa pré-moldada artesanalmente em fibra de vidro, podendo ter várias formas, mas como os moldes são dispendiosos, muitos fabricantes optam por produzir em alguns formatos já definidos, o que viabiliza melhor os custos.
Divulgação: Fiber

CERTO E ERRADO - EO

Certo
Marcelo Scandaroli
 
Não dá para brincar em reforma de telhado. Antes de subir, nunca se esqueça de colocar o cinto de segurança paraquedista e prendê-lo em um local seguro!


Certo
 
Marcelo Scandaroli
O asfalto derretido usado nos serviços de impermeabilização pode chegar a 200oC, muito mais quente do que água fervendo! Para evitar acidentes, é preciso se proteger da cabeça aos pés!


Errado
Divulgação: Ministério Público do Trabalho - 24ª R
 
O sol tá forte, mas nem por isso a gente pode usar um chapéu debaixo do capacete! Na hora de trabalhar, só vale equipamento de proteção individual: e não esqueça das luvas, máscaras e botas, sempre que necessário.


Errado
 
Divulgação: Ministério Público do Trabalho - 2ª Re
Tropeçar nos ganchos de ferro ou no tubo de PVC desta laje pode ser fatal. A proteção periférica no pavimento é indispensável e obrigatória para evitar quedas dos trabalhadores.

Dupla manta (Passo-a-Passo) - EO


Uma das técnicas utilizadas para a impermeabilização de áreas molháveis são as mantas asfálticas simples e duplas aplicadas com asfalto oxidado. As mantas duplas são usadas nas regiões mais expostas à umidade, como piscinas, ou a grande movimentação ou carga, como os estacionamentos.
A execução deste tipo de impermeabilização inclui a regularização da laje onde a manta será aplicada, a aplicação de duas camadas intercaladas de mantas asfálticas e a execução da proteção mecânica, uma camada de argamassa que impedirá que a manta se danifique depois de aplicada.
Confira a seguir como é feita a regularização e a aplicação em uma impermeabilização com mantas duplas e asfalto oxidado.

FERRAMENTAS E EPIs

Fotos: Marcelo Scandaroli


Colher de pedreiro, marreta, talhadeira, bloco de esponja e desempenadeira (para a regularização da superfície); trincha, vassoura, tesoura ou estilete, balde (para a impermeabilização); luvas de borracha, botas, capacete, máscara, óculos e uniforme de manga longa e tecido grosso.


Passo 1

Fotos: Marcelo Scandaroli

O serviço começa com a regularização da laje, que corrigirá imperfeições decorrentes da concretagem. Nessa etapa, utiliza-se uma argamassa feita com uma parte de cimento para três de areia (traço 1:3) e água. Ela deve ter a consistência de uma "farofa", ou seja, seca e pouco fluida.


Passo 2

Fotos: Marcelo Scandaroli


2 Antes de começar a regularização, recomenda-se aplicar uma mistura de composto adesivo com água sobre a laje para dar mais aderência à junção entre a argamassa e o concreto. 


Passo 3

Fotos: Marcelo Scandaroli


3 A argamassa é despejada sobre o contrapiso. 



Detalhe


Fotos: Marcelo Scandaroli


Para compactá-la, pode-se utilizar um soquete feito no próprio canteiro de obras.


Passo 4

Fotos: Marcelo Scandaroli


4 Em seguida, ela é sarrafeada com uma régua de metal, sempre respeitando o caimento definido em projeto 


Passo 5

Fotos: Marcelo Scandaroli


5 A desempenadeira ajuda a deixar a superfície uniforme e sem imperfeições.  



Passo 6

Fotos: Marcelo Scandaroli


6 Com a mesma argamassa utilizada na regularização são feitas as meias-canas, ou seja, cantos arredondados nas junções com as paredes e ao redor das tubulações emergentes, se houver. Sua função é dar uma leve curvatura nessas regiões para que a manta não tenha que ser dobrada em 90o e se danifique. Elas ficarão invisíveis depois do acabamento.


Passo 7

Fotos: Marcelo Scandaroli


7 Aguarde a secagem da argamassa de regularização por 24 horas ou mais, dependendo das condições de temperatura, exposição ao sol e ventilação do local. Antes de passar para a próxima etapa, é necessário varrer cuidadosamente a superfície para retirar qualquer tipo de sujeira.


Passo 8

Fotos: Marcelo Scandaroli


Certifique-se de que a superfície esteja completamente seca antes de aplicar o primer, produto que vai selar a camada de regularização e promover a aderência da manta asfáltica.



Passo 9

Fotos: Marcelo Scandaroli


9 Aguarde o primer secar, o que pode levar até um dia, e dê outra boa varrida antes de começar a aplicação das mantas.
Passo 10
Fotos: Marcelo Scandaroli

10 O produto utilizado para a fixação das mantas nesse caso é o asfalto oxidado. O produto é comercializado em estado sólido e deve ser derretido em uma caldeira a uma temperatura que não ultrapasse 200oC.

Passo 11
Fotos: Marcelo Scandaroli

11 Antes de aplicar a primeira camada de manta - que, neste caso, tem 4 mm de espessura - é necessário posicionar os rolos nos locais onde eles serão fixados. Os primeiros rolos são aqueles mais próximos dos ralos. Depois vêm os vizinhos, sempre com emendas sobrepostas.

Detalhe
Fotos: Marcelo Scandaroli

Deve-se respeitar a sobreposição de pelo menos 10 cm nas emendas entre uma manta e outra (como se fossem as telhas de um telhado). Isso evita que se criem barreiras para o escoamento da água e impede que ocorram infiltrações entre as mantas asfálticas.
Passo 12
Fotos: Marcelo Scandaroli

12 Depois de posicionados os rolos, inicia-se a aplicação das mantas, que são aderidas à base com o asfalto derretido. Conforme o asfalto é aplicado na superfície, a manta é desenrolada e gruda no piso.

Passo 13
Fotos: Marcelo Scandaroli

13 Depois que a primeira camada de manta é colocada, aplica-se um banho de asfalto oxidado sobre as juntas. Com o auxílio de um sarrafo de madeira com a ponta arredondada, comprima a região das emendas para garantir a adesão entre as mantas.

Passo 14
Fotos: Marcelo Scandaroli

14 Somente depois da secagem do asfalto, que também ocorre em um dia, é que se inicia a aplicação da segunda camada de manta.

Passo 15
Fotos: Marcelo Scandaroli

Fotos: Marcelo Scandaroli

15 A segunda camada é executada com a manta de 3 mm de espessura, de maneira similar à primeira. Neste momento não é necessária a utilização do primer, já que o próprio asfalto da manta anterior garantirá a aderência das superfícies.

Detalhe

Nessa etapa, deve-se tomar cuidado para que as emendas da camada superior não coincidam com as emendas da camada inferior. Isso criaria saliências na laje que dificultariam o escoamento da água.

Observação
Quando as paredes forem receber revestimentos diversos (argamassa, cerâmica, etc.), as mantas devem ser aplicadas até cerca de 30 cm acima dos rodapés. Nesta obra, entretanto, o projeto de arquitetura especificou paredes em concreto aparente desde o piso. Por isso, as mantas não avançaram acima das meias-canas. Quando isso acontece, o perímetro da área impermeabilizada deve ser tratado com um selante adequado

Passo 16

16 Finalizada a aplicação das mantas dá-se um novo banho de asfalto oxidado, agora não apenas nas juntas, mas em toda a área.

Passo 17

17 Aguarde mais 24 horas para fazer o teste de estanqueidade. Para isso é necessário encher a laje com uma lâmina d'água e deixá-la por três dias no local para checar se há alguma falha na impermeabilização. Nesse período faz-se o acompanhamento medindo a altura da água para checar se há perdas e, se possível, verifica-se pelo pavimento inferior se há sinais de infiltração.

Atenção
Caso seja encontrada alguma falha, é necessário identificar o problema e fazer um reforço na impermeabilização.

Passo 18

18 Por fim, executa-se a proteção mecânica, que servirá de base para a execução do revestimento.

Ralos
No local fotografado neste passo a passo não havia ralos. Caso seja preciso executá-los na impermeabilização com dupla manta, siga os passos a seguir.

Ilustrações: Sergio Colotto

Ilustrações: Sergio Colotto

Tubos emergentes

Quando o local impermeabilizado tiver tubos emergentes, faça assim:

Ilustrações: Sergio Colotto

Ilustrações: Sergio Colotto

Apoio técnico: Juliano Paris, engenheiro de produção da Construcap-CCPS Engenharia, e Eduardo Caetano, encarregado da Casa Seca Impermeabilizações.