terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Dupla manta (Passo-a-Passo) - EO


Uma das técnicas utilizadas para a impermeabilização de áreas molháveis são as mantas asfálticas simples e duplas aplicadas com asfalto oxidado. As mantas duplas são usadas nas regiões mais expostas à umidade, como piscinas, ou a grande movimentação ou carga, como os estacionamentos.
A execução deste tipo de impermeabilização inclui a regularização da laje onde a manta será aplicada, a aplicação de duas camadas intercaladas de mantas asfálticas e a execução da proteção mecânica, uma camada de argamassa que impedirá que a manta se danifique depois de aplicada.
Confira a seguir como é feita a regularização e a aplicação em uma impermeabilização com mantas duplas e asfalto oxidado.

FERRAMENTAS E EPIs

Fotos: Marcelo Scandaroli


Colher de pedreiro, marreta, talhadeira, bloco de esponja e desempenadeira (para a regularização da superfície); trincha, vassoura, tesoura ou estilete, balde (para a impermeabilização); luvas de borracha, botas, capacete, máscara, óculos e uniforme de manga longa e tecido grosso.


Passo 1

Fotos: Marcelo Scandaroli

O serviço começa com a regularização da laje, que corrigirá imperfeições decorrentes da concretagem. Nessa etapa, utiliza-se uma argamassa feita com uma parte de cimento para três de areia (traço 1:3) e água. Ela deve ter a consistência de uma "farofa", ou seja, seca e pouco fluida.


Passo 2

Fotos: Marcelo Scandaroli


2 Antes de começar a regularização, recomenda-se aplicar uma mistura de composto adesivo com água sobre a laje para dar mais aderência à junção entre a argamassa e o concreto. 


Passo 3

Fotos: Marcelo Scandaroli


3 A argamassa é despejada sobre o contrapiso. 



Detalhe


Fotos: Marcelo Scandaroli


Para compactá-la, pode-se utilizar um soquete feito no próprio canteiro de obras.


Passo 4

Fotos: Marcelo Scandaroli


4 Em seguida, ela é sarrafeada com uma régua de metal, sempre respeitando o caimento definido em projeto 


Passo 5

Fotos: Marcelo Scandaroli


5 A desempenadeira ajuda a deixar a superfície uniforme e sem imperfeições.  



Passo 6

Fotos: Marcelo Scandaroli


6 Com a mesma argamassa utilizada na regularização são feitas as meias-canas, ou seja, cantos arredondados nas junções com as paredes e ao redor das tubulações emergentes, se houver. Sua função é dar uma leve curvatura nessas regiões para que a manta não tenha que ser dobrada em 90o e se danifique. Elas ficarão invisíveis depois do acabamento.


Passo 7

Fotos: Marcelo Scandaroli


7 Aguarde a secagem da argamassa de regularização por 24 horas ou mais, dependendo das condições de temperatura, exposição ao sol e ventilação do local. Antes de passar para a próxima etapa, é necessário varrer cuidadosamente a superfície para retirar qualquer tipo de sujeira.


Passo 8

Fotos: Marcelo Scandaroli


Certifique-se de que a superfície esteja completamente seca antes de aplicar o primer, produto que vai selar a camada de regularização e promover a aderência da manta asfáltica.



Passo 9

Fotos: Marcelo Scandaroli


9 Aguarde o primer secar, o que pode levar até um dia, e dê outra boa varrida antes de começar a aplicação das mantas.
Passo 10
Fotos: Marcelo Scandaroli

10 O produto utilizado para a fixação das mantas nesse caso é o asfalto oxidado. O produto é comercializado em estado sólido e deve ser derretido em uma caldeira a uma temperatura que não ultrapasse 200oC.

Passo 11
Fotos: Marcelo Scandaroli

11 Antes de aplicar a primeira camada de manta - que, neste caso, tem 4 mm de espessura - é necessário posicionar os rolos nos locais onde eles serão fixados. Os primeiros rolos são aqueles mais próximos dos ralos. Depois vêm os vizinhos, sempre com emendas sobrepostas.

Detalhe
Fotos: Marcelo Scandaroli

Deve-se respeitar a sobreposição de pelo menos 10 cm nas emendas entre uma manta e outra (como se fossem as telhas de um telhado). Isso evita que se criem barreiras para o escoamento da água e impede que ocorram infiltrações entre as mantas asfálticas.
Passo 12
Fotos: Marcelo Scandaroli

12 Depois de posicionados os rolos, inicia-se a aplicação das mantas, que são aderidas à base com o asfalto derretido. Conforme o asfalto é aplicado na superfície, a manta é desenrolada e gruda no piso.

Passo 13
Fotos: Marcelo Scandaroli

13 Depois que a primeira camada de manta é colocada, aplica-se um banho de asfalto oxidado sobre as juntas. Com o auxílio de um sarrafo de madeira com a ponta arredondada, comprima a região das emendas para garantir a adesão entre as mantas.

Passo 14
Fotos: Marcelo Scandaroli

14 Somente depois da secagem do asfalto, que também ocorre em um dia, é que se inicia a aplicação da segunda camada de manta.

Passo 15
Fotos: Marcelo Scandaroli

Fotos: Marcelo Scandaroli

15 A segunda camada é executada com a manta de 3 mm de espessura, de maneira similar à primeira. Neste momento não é necessária a utilização do primer, já que o próprio asfalto da manta anterior garantirá a aderência das superfícies.

Detalhe

Nessa etapa, deve-se tomar cuidado para que as emendas da camada superior não coincidam com as emendas da camada inferior. Isso criaria saliências na laje que dificultariam o escoamento da água.

Observação
Quando as paredes forem receber revestimentos diversos (argamassa, cerâmica, etc.), as mantas devem ser aplicadas até cerca de 30 cm acima dos rodapés. Nesta obra, entretanto, o projeto de arquitetura especificou paredes em concreto aparente desde o piso. Por isso, as mantas não avançaram acima das meias-canas. Quando isso acontece, o perímetro da área impermeabilizada deve ser tratado com um selante adequado

Passo 16

16 Finalizada a aplicação das mantas dá-se um novo banho de asfalto oxidado, agora não apenas nas juntas, mas em toda a área.

Passo 17

17 Aguarde mais 24 horas para fazer o teste de estanqueidade. Para isso é necessário encher a laje com uma lâmina d'água e deixá-la por três dias no local para checar se há alguma falha na impermeabilização. Nesse período faz-se o acompanhamento medindo a altura da água para checar se há perdas e, se possível, verifica-se pelo pavimento inferior se há sinais de infiltração.

Atenção
Caso seja encontrada alguma falha, é necessário identificar o problema e fazer um reforço na impermeabilização.

Passo 18

18 Por fim, executa-se a proteção mecânica, que servirá de base para a execução do revestimento.

Ralos
No local fotografado neste passo a passo não havia ralos. Caso seja preciso executá-los na impermeabilização com dupla manta, siga os passos a seguir.

Ilustrações: Sergio Colotto

Ilustrações: Sergio Colotto

Tubos emergentes

Quando o local impermeabilizado tiver tubos emergentes, faça assim:

Ilustrações: Sergio Colotto

Ilustrações: Sergio Colotto

Apoio técnico: Juliano Paris, engenheiro de produção da Construcap-CCPS Engenharia, e Eduardo Caetano, encarregado da Casa Seca Impermeabilizações.

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