sábado, 7 de maio de 2011

Estacas pré-moldadas de concreto - Revista Equipe de Obra



Cravação de estacas de concreto deve ser acompanhada com cuidado para não afetar a capacidade das fundações do edifício
Reportagem: Heloísa Medeiros

A execução das fundações de uma nova construção só acontece depois de se estudar detalhadamente o terreno em que ela será erguida. Na etapa preliminar de sondagens e ensaios, são coletadas informações importantes sobre o que existe no terreno, as características do solo e sua capacidade de resistência. Esses dados ajudam a produzir o projeto de fundações, feito por uma empresa especializada, que indicará o tipo de estaca mais indicado para aquela obra e solo e como será sua distribuição no terreno, de acordo com as cargas (peso) do edifício a ser construído.
Nesta obra - uma edificação escolar, com quatro pavimentos, quadra poliesportiva e teatro -, foram especificadas estacas pré-moldadas de concreto armado. Produzidas em fábrica, essas peças devem atender à resistência definida em projeto e serem fortes o bastante para resistir aos impactos de seu transporte, manuseio e cravação no solo.
Além dos ensaios iniciais, também é necessário fazer testes nas estacas (monitoramento) após a cravação para verificar se não foram danificadas com os golpes do bate-estacas, se ficaram no prumo e se mantiveram sua resistência. Neste caso, a construtora encomendou ensaios de carregamento dinâmico, que revelam os dados durante a própria cravação da peça. Neste procedimento, as estacas recebem sensores que enviam informações para um computador que as analisa e mostra os resultados na hora. Leia esta reportagem e conheça como esse trabalho é realizado em suas várias etapas.

Passo 1




Fotos: Marcelo Scandaroli

O terreno é regularizado de acordo com as instruções do projeto de fundações. Nesta obra foi necessário o aterramento de uma parte dele, pois há um desnível de 4 m no fundo. Uma máquina de movimentação de terra (escavadeira) distribui a terra pelo terreno.


Passo 2





Fotos: Marcelo Scandaroli

Depois, é utilizado um rolo compactador para que o solo fique bem firme antes de receber as estacas.


Passo 3




Fotos: Marcelo Scandaroli

O bate-estacas, máquina composta por uma base e um martelo (nesta obra, com peso de 3 t), é posicionado no local da cravação da estaca.


Passo 4




Fotos: Marcelo Scandaroli

Em seguida, a estaca é posicionada no bate-estacas, no prumo correto, para ser cravada no local determinado pelos desenhos do projeto. As estacas nesta obra têm diâmetros de 33 cm, 38 cm e 42 cm, e alturas entre 4 m e 17 m.


Passo 5




Fotos: Marcelo Scandaroli

É feita a colocação da "caneca" ou "capacete" de metal na ponta da estaca, que antes deve ser protegida com um calço de madeira (coxim). Isso alivia a tensão da martelada sobre a cabeça da estaca, evitando que bata diretamente no concreto, provocando fissuras.


Passo 6




Fotos: Marcelo Scandaroli

O operador do bate-estacas começa então a comandar os golpes do martelo. Ele bate na ponta da estaca, que penetra no solo a cada 20 cm, mais ou menos, dependendo da altura de queda do martelo e da resistência do solo. Nas primeiras séries de batidas a estaca entra com mais facilidade. À medida que entra no solo, a resistência tende a aumentar, até que começa a ficar difícil a penetração. É hora então de parar e começar o monitoramento com equipamentos especiais.


Passo 7




Fotos: Marcelo Scandaroli

Após a cravação até a profundidade próxima à prevista em projeto, chega a hora de monitorar os resultados do processo, por meio da colocação de sensores especiais na estaca. Um engenheiro especialista em ensaios dinâmicos começa seu trabalho, fazendo as medições necessárias para a colocação dos equipamentos.


Passo 8




Fotos: Marcelo Scandaroli

Com uma furadeira, ele faz os furos necessários na estaca para receber os sensores que, durante os golpes do bate-estacas, medem as cargas, verificam a integridade do elemento de concreto e calculam a velocidade de penetração.


Passo 9




Fotos: Marcelo Scandaroli

Em cada furo, coloca chumbadores metálicos que irão receber parafusos.


Passo 10




Fotos: Marcelo Scandaroli

Em cada lado da estaca é fixado um conjunto de sensores e um equipamento para transmissão de dados para o computador.



Pausa para reunião
Fotos: Marcelo Scandaroli

Antes do bate-estacas entrar em ação para a realização do ensaio, a equipe de obra se reúne (engenheiros e operários) para checar os dados, conferir a planta com a localização das estacas e ajustar o computador para receber as informações.


Passo 11




Fotos: Marcelo Scandaroli

Depois de tudo acertado, os operadores do bate-estaca voltam às suas posições e, sob o comando do engenheiro consultor, comandam duas ou três batidas na estaca.


Passo 12




Fotos: Marcelo Scandaroli

Os dados colhidos pelos sensores são transmitidos por ondas de rádio ao computador, que faz a análise do cravamento e mostra se a estaca não fissurou, se alcançou a profundidade necessária, indo até uma camada mais resistente do solo, entre outras informações importantes.


Passo 13




Fotos: Marcelo Scandaroli

O engenheiro consultor observa os dados coletados e verifica os resultados, concluindo que a cravação foi um sucesso. A estaca não sofreu fissuras e sua capacidade de carga foi mantida, ou seja, a resistência prevista no projeto de fundação e após a cravação é a mesma. Posteriormente, um relatório detalhado sobre os ensaios é enviado à construtora, mostrando o que ocorreu com a estaca metro a metro.



Apoio técnico: H. Guedes Engenharia, Ouristac Fundações, PDI Engenharia e Prefeitura de São Bernardo do Campo.

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