As normas brasileiras de segurança exigem que qualquer prédio estruturado em aço com área superior a 750 m² receba proteção passiva contra incêndios. Uma das técnicas que podem ser usadas com esse objetivo é a pintura intumescente: quando o fogo entra em contato com a área revestida, o material começa a se expandir formando uma camada de espuma. Essa espuma bloqueia as altas temperaturas que normalmente fundiriam o metal, retardando o colapso da estrutura em até 120 minutos.
Na comparação com outros tipos de proteção passiva, a tinta intumescente tem a vantagem da estética - deixa a estrutura aparente mais limpa, não engrossa o aço e pode assumir qualquer cor de acabamento. A aplicação é feita do mesmo jeito que qualquer outra tinta, apesar de a intumescente possuir uma alta viscosidade e densidade. A execução prevê quatro etapas principais: a preparação da superfície, a aplicação do primer para o tratamento anticorrosivo, a pintura intumescente propriamente dita e, por último, a aplicação da tinta de acabamento. Como a tinta intumescente é branca, o passo final serve também para dar à estrutura a cor prevista no projeto.
Os três elementos precisam ser compatíveis e a aplicação da tinta intumescente deve respeitar o perfil da estrutura: a espessura é menor em perfis pesados, pois nesses casos o metal vai demorar mais para ser aquecido, e maior se o perfil é leve. "A tinta intumescente só pode ser aplicada por profissionais credenciados pelo fabricante", alerta Vladimir Alves dos Santos, engenheiro responsável pela PCF Soluções.
Materiais e EPIs | |
Primer, tinta intumescente, luva, óculos, máscara, capacete, protetor auricular, escova de aço, furadeira com misturador, medidor de espessura, pano, rolo. |
Passo 1 | |
1 Antes da aplicação, a estrutura precisa estar jateada, lixada ou escovada - o processo escolhido vai depender do tamanho da estrutura. Muitas vezes a empresa responsável pela montagem da estrutura deixa a base pronta para receber a pintura intumescente, ou até mesmo com o primer já aplicado. |
Passo 2 | |
2 Certifique-se de que a superfície que receberá a tinta está completamente limpa e seca, sem óleo, umidade ou sujeira. Isso evita que a pintura descole em pouco tempo. |
Passo 3 | |
3 Faça a homogeneização do primer com um misturador elétrico ou outro equipamento apropriado para eliminar os grumos. Não acrescente água ou solvente. |
Passo 4 | |
4 Aplique o primer sobre o metal de maneira uniforme. Aguarde a secagem do produto por 24 horas. |
Passo 5 | |
5 Assim como foi feito com o primer, misture a tinta intumescente com equipamento apropriado antes da aplicação, sem acrescentar água ou solvente. |
Passo 6 | |
6 Aplique a primeira demão de tinta intumescente, e depois quantas outras forem especificadas no projeto. O intervalo entre as demãos varia entre quatro horas e seis horas. |
Importante |
A espessura da demão feita com rolo ou trincha é de apenas 200 micra. Existem perfis, no entanto, que exigem até 3 mil micra de tinta. Nesses casos, é recomendável usar a máquina aspersora, que aplica 600 micra por jato. |
Passo 7 | |
7 Use o medidor de espessura na tinta seca (foto) para saber se a espessura correta já foi atingida. Depois da secagem completa, o que leva cerca de 48 horas, a superfície estará pronta para a aplicação da tinta de acabamento. |
Tinta em ação | |
Quando o fogo entra em contato com a área revestida, o material forma uma camada de espuma que protege a superfície contra as chamas por até 120 minutos. |
Dicas |
» A pintura intumescente pode ocorrer antes da montagem da estrutura, desde que o transporte do material até o canteiro seja feito cuidadosamente. » O ideal é que as estruturas metálicas sejam avaliadas anualmente, para saber se houve algum dano e se é preciso fazer reparos. Se bem cuidada, o tempo de vida útil da tinta intumescente é de dez anos. » A tinta de acabamento é obrigatória em áreas externas porque protege a tinta intumescente contra a umidade. Em áreas internas acaba sendo usada mais por razões estéticas. |
Apoio técnico: Sika; Vladimir Alves dos Santos, engenheiro responsável pela PCF Soluções; Anselmo Ribeiro Filho, gerente de engenharia da Maker; Mauri Rezende Vargas, engenheiro colaborador da Associação Brasileira da Construção Metálica (Abcem).
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